VULTOS

O reto mofa em seu esconderijo

enquanto o ronda a corja suja, impune,

cuspindo fogo em vasto regozijo:

na festa indecorosa a bala zune.

Assombra-se, une as mãos e em gesto rijo,

pedindo proteção, preces reúne:

"Afasta o mal de mim porque me aflijo!"

Padece deprimido e nada imune...

De vultos na janela são centenas.

Passando, às gargalhadas, fazem troça

do pesaroso drama, tristes cenas.

Nos seus temores preso, às lanças verga.

Nenhuma reação, chorando, esboça

e a força que possui jamais enxerga...