NOTURNO

A noite calma se alonga na imensidão

Fazendo meu sono esvair-se tão veloz,

Trazendo lembranças tristes e solidão,

De uma criatura sem caráter e algoz!

A cama fria queima como cansanção

Fazendo-me andar no silêncio atroz.

Ah! Eu queria tanto ouvir a sua voz

Ao invés de grilos na cruel escuridão.

Vago pelas ruas como um noturno animal

Tentando fugir de mim mesmo e do mal

Que você fez para o meu solitário coração.

Eu preciso tanto de ti, meu louco amor!

Se você voltasse com seu corpo sedutor

Eu esqueceria a sua ingratidão e traíção.