DEVANEIOS
Aquele homem sentado ali na praça,
Todas as manhãs, sempre na mesma hora,
Ele chega e, enquanto o tempo passa,
Às vezes sorri e outras vezes chora.
O olhar em devaneios se embaraça
Quando a lembrança do passado aflora.
Foi neste banco, nesta mesma praça,
Que ela lhe disse adeus e foi embora.
Por isso ele mantém viva a lembrança,
Saudoso mas sem perder a esperança
De que ela volte a seus braços um dia.
Pobre do homem que assim se apaixona,
A chama que o alimenta o aprisiona,
Fundindo a realidade e a fantasia.
(2º. lugar no VI Concurso Literário da Academia Madureirense de Letras-2017)