Soneto do querer
És pra mim como a primavera,
cujas flores, nem ouso querer;
Botões à mimar meu viver;
Sondo teus passos, doce quimera.
Ah, prateia a lua e me dizes
que ficarei sem a sã riqueza
de teus olhos; não é futileza,
te digo; são teus aprendizes...
Meus dedos costuram versos
de saudade; por vezes deixam
risonhos meus lábios e sonhos.
Murmúrios à noite; meu vivente
não adormece e tuas folhagens
tão raras, meu peito só te apetece.
Jack Sousa