SONETO DO CLAMOR ORIUNDO DE MIM
Quando te vejo tão perto e distante
e assim te beijo em vão no amontoado
de mim, no arpejo são, todo mesclado,
deste desejo em mão, jeito intrigante.
Eu só posso dizer: te quero amante
e sem que eu possa ser encaixotado
e levado p'ra crer e desovado
num tal longe chover desesperante.
Sem que a sombra me cubra olhos e mundo.
Do céu assisto a vida brotar uva
neste cacho vivente no profundo
E são tantas imagens, me confundo,
pois, enquanto eu imóvel nesta chuva,
lavando este clamor de mim oriundo.
Quando te vejo tão perto e distante
e assim te beijo em vão no amontoado
de mim, no arpejo são, todo mesclado,
deste desejo em mão, jeito intrigante.
Eu só posso dizer: te quero amante
e sem que eu possa ser encaixotado
e levado p'ra crer e desovado
num tal longe chover desesperante.
Sem que a sombra me cubra olhos e mundo.
Do céu assisto a vida brotar uva
neste cacho vivente no profundo
E são tantas imagens, me confundo,
pois, enquanto eu imóvel nesta chuva,
lavando este clamor de mim oriundo.