À ESPREITA
Urubuzava por entre os garranchos,
tal ninfa, u'a "nereida" da caatinga,
vendo que eu estava nu naquele rancho,
à espreita, u'a deusa nordestina!
Por quê me olhas? Sempre eu te acho,
ao alvorecer na aurora matutina,
o teu fetiche, ê esse jeito guacho,
o que me encanta, é o teu jeito felina!
Uma deusa, a princesa do riacho...
do outeiro, das matas e campinas,
à tardinha e à noite eu sempre acho!
Por sobre espádua esse olhar menina,
encantadores os teus belos cachos,
inda à espreita, u'a ave de rapina!