PARTIR
Brevemente tudo haverei de deixar,
Tudo que sou ou tudo que tenho sido;
Muito embora eu, às vezes confundido,
Acreditasse que este fosse o meu lugar...
Mas como ir, se não estou convencido,
Com impressão de que acabei de chegar?
Se ainda tenho sonhos por realizar
E um coração ainda tão alvorecido?
Se nunca fui muito além dos horizontes,
Se tenho sede de beber de outras fontes
E esse desejo muito louco de viver?
Só sei que este é o meu forçoso destino;
E, se quase nada é feito como eu defino,
Hei de partir, ainda que sem querer!