PARTIR

Brevemente tudo haverei de deixar,

Tudo que sou ou tudo que tenho sido;

Muito embora eu, às vezes confundido,

Acreditasse que este fosse o meu lugar...

Mas como ir, se não estou convencido,

Com impressão de que acabei de chegar?

Se ainda tenho sonhos por realizar

E um coração ainda tão alvorecido?

Se nunca fui muito além dos horizontes,

Se tenho sede de beber de outras fontes

E esse desejo muito louco de viver?

Só sei que este é o meu forçoso destino;

E, se quase nada é feito como eu defino,

Hei de partir, ainda que sem querer!

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 07/12/2017
Reeditado em 07/12/2017
Código do texto: T6192796
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