Os tolos e os covardes
Já chegamos no fundo do poço,
Com a lama cobrindo a cabeça...
Nós não temos nem mesmo o esboço
De um futuro que nos fortaleça.
Nosso sono é o apoio, o endosso,
Pra que o roubo se estabeleça,
Nos deixando na pele e no osso,
Permitindo que tudo adoeça.
A injustiça se armou de metralhas,
Nosso incerto e improvável futuro,
Entregamos nas mãos dos canalhas.
Todos nós aqui em cima do muro...
O marasmo é a nossa mortalha
E a omissão é o abismo obscuro.