De talvez todos os homens poetas

De talvez todos os homens poetas

seja eu o mais ousado, porquanto

à musa de meus suspiros e metas

negarei sem medo: não! eu não amo!

Vou noutra canção negar o aqui dito

por vil condição de ser ser humano

mas hoje, sobre o palanque do espírito

negarei sem medo: não! eu não amo!

É porque na pequenina palavra

há séculos por vã gente abusada

já não cabe disto em mim nem farelo.

Nem ouríves do talento mais belo

dará verbete de justo tamanho

ao que sinto, se desbasta-me o "amo"!

5/12/2017

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 06/12/2017
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