O SALTO...
Não existe meio termo entre o espinho e a flor,
Não há meio sorriso, nem quase lágrima de amor,
Então nos entregamos como se nunca houvesse fim,
Saltamos desfiladeiros como fossemos querubins.
Mas naquele salto eu me esqueci do lado observar,
Quando dei por conta percebi que estava sozinho,
Já era tarde para o meu coração fugir ou abortar,
Tolo que pensou ser possível tal livre caminho.
Que mundo é esse no qual a dor se multiplica,
E o sol nasce todo dia sendo tudo tão normal?
Meu olhar perdido e ao alheio não se aplica.
Que mundo é esse? E o eco nunca me explica,
Apenas a lembrança do salto que me foi mortal,
A revelar a minha alma demente que suplica.