A CARABINA DE LAMPIÃO
O lampião carregou sua arma carabina,
Encheu de chumbo, navalhou o pente.
Se pôs ao campo em busca da ave rapina,
Antes de se esconder o sol lá no poente.
Embrenhou-se pela mata, suja de cupins,
Falou do Curupira, dando fumo ao Saci.
Cantou ponto de Oxóssi, perfumado de jasmim
Valentão e arretado, como aquele, nunca vi.
A noite chegou, desfilando feito musa,
E lampião se encontra ainda à caçar.
Maquiavélico, pois fogo nas costas d's mulas...
E a carabina sempre posta pra matar.
Iansã, mãe das tempestades, manda chuva,
Pros bichos sair da toca, e eu catar.