Atravessando o rio subindo
O quadro de amarguras onde me espelhei
Faz uma melancolia que jamais vou criar,
Porque eu não sei desenhar tampouco pintar,
Assim vou continuar a viver e prosador serei,
Criarei o amor personagem e poderei lembrar
Que eu tive amores criados sem eu escrevinhar,
Se o desalmado poeta que fui negou compaixão,
É que a paixão do meu coração não pude dar,
Mas, se um dia, quem sabe, faltar coração,
Eu mesmo farei o meu poema onde irei amar,
E, nascendo na forma de um poeta superior,
Irei retomar o meu rumo à universalidade,
Se cada palavra que escrevo me causa dor,
Buscarei vencer o mal e escrever sem maldade...