ALGAZARRA
Que tanto berram? Gozo devagar
sonhando atar a boca em doida fala
que adentra o ouvido tonto de escutar
a mesma ideia tosca, falsa, rala.
Escandalosos santos no adro, altar
da avara catedral brilhando à sala
de seus anseios, deixem-me velar
a débil ilusão que a morte cala!
Guinchando em sanha insana, santos ratos
ocultam seus reais intentos e atos
em cultos atroadores — vil bondade...
Será que nunca mais o justo alento
de ouvir a voz de um puro sentimento
no tom de algum resquício de verdade?