PIPAS DE PAPEL
Recordo-me ainda alados brinquedos,
Construídos pela minha própria mão,
Que, soltos aos ventos, tinham por função,
Voejar bem alto, presos aos meus dedos.
Pipas de papel no céu da ilusão,
A levar da infância meus doces segredos;
Coração tão puro, vencendo seus medos,
Também voejando na imensidão...
E até minh’alma também flutuava,
Forçando o barbante que eu segurava,
Como se buscasse outra dimensão...
Mas hoje, eu aqui, nos meus sobressaltos,
Tentando empinar meus sonhos mais altos,
Percebo que nunca saímos no chão.