MORTO EM SILÊNCIO...
Já sou espírito, já sou fantasma,
Simples dor que no tempo vaga,
Sussurrando ao vento a minha penúria,
Aos ouvidos surdos de alguém infeliz.
Espectro relutante, alma ambulante,
Um resto de vida, sopro tardio,
Notícia atrasada, o fim de estrada,
De alguém que morre e a lápide não diz.
Sucumbido à força, face inexpressiva,
Mãos que procuram em vão por luz,
Mas não alcançaram o que sempre quis.
Relembrando erros entre tolos gestos,
Arrependimentos que os desenterram,
Nesses zumbidos, e deles não me desfiz.