A PLUMA SABE
Sem chão, embora aqui e ali o despiste,
Pardal sem pio nem brio procura a festa
Que baste à tarde, à parca luz que resta,
À pouca côdea, ao grão – razão – alpiste.
A vida é pena, a pluma sabe – existe
Em cada pouso o idílio meio besta,
Saudade do que nunca teve, a gesta
Cansada a soar tardia, quase um chiste.
Insiste, entanto, e o pombo, cafajeste,
Faz pouco de seu fardo – ah, vida vasta!
Serpina sem Tempesta e o que não preste.
A lida é plena e importa pouco a casta,
O que se espera em vão ou o que se veste,
Que a noite a todos cedo ou tarde arrasta.
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Sem chão, embora aqui e ali o despiste,
Pardal sem pio nem brio procura a festa
Que baste à tarde, à parca luz que resta,
À pouca côdea, ao grão – razão – alpiste.
A vida é pena, a pluma sabe – existe
Em cada pouso o idílio meio besta,
Saudade do que nunca teve, a gesta
Cansada a soar tardia, quase um chiste.
Insiste, entanto, e o pombo, cafajeste,
Faz pouco de seu fardo – ah, vida vasta!
Serpina sem Tempesta e o que não preste.
A lida é plena e importa pouco a casta,
O que se espera em vão ou o que se veste,
Que a noite a todos cedo ou tarde arrasta.
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