OCASO HUMANO

Composto no celular

Lânguida face com profundos sulcos;

Marcas duras do verossímil tempo;

O corpo curvo, espécie de templo,

A dizer horas feito um velho cuco.

Atro da vida, Introito-caduco,

A receber na face últimos ventos!

Impressão viva desse momento,

Na tez miscigenada de um mameluco.

O tempo cumpridor, tal qual o sol,

Que desde as nuances de seu arrebol,

Perfaz todos os páramos da existência...

Chega ao grande final num ocaso,

E estampa no semblante: fim de caso!

Para o desenrolar de uma outra ciência!

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 25/11/2017
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