SONHO
O chapéu de poeta vestirei
Portar-me-ei solene como os doutos
Mas livre como o mais louco dos loucos
E os mais líricos versos versarei.
Das estrelas e lua, cantarei
Os sorrisos cintilantes e moucos
E dos namorados os beijos roucos
Que impudentemente contemplei.
Despojado deste vívido sonho
Lamento num irracional apelo
E ansiando uma vez mais revivê-lo
Versos oníricos ora componho.
Ingenuidade de poeta – suponho –
Pois, desperto, me acho num pesadelo