Subterfúgio

Fere-se e se corta desalmado.

Inflige a si mesmo o medo desesperado.

Vive solitário no seio de sua multidão.

E chega à apoteose de sua navalha sem coração.

Mergulha descontrolado no seu ódio.

Torna seu quarto sua caverna preferencial.

Mutila seu corpo como se fosse um bródio...

Desejo diabólico e infernal.

Seu mundo particular o torna invisível.

Sua vida tem o consolo do ferimento vibrante.

Vive a morte sombria do impossível.

Sem sorte, abraça seu subterfúgio lamentável.

Nesse destino caminha vagante...

Juiz de si mesmo, sentencia-o condenável.