Soneto do Aprendiz
Cálida paixão pela vida abençoada,
Ávida vontade de vivê-la docemente,
Protelo os dissabores infringentes,
Engulo as arestas tão amargas!
Plácida fora a vida nalgum instante,
Pesa-me reconhecer se mal aproveitada,
Presto alegro-me com alma renovada,
Tal como um sentinela persisto vigilante.
Refugo as inúteis mazelas da lembrança,
Permito-me o belo e vou prosseguindo,
Persigo a plenitude cheio de esperança,
Aprendiz de mim mesmo, choro refletindo,
Caindo e levantando tal como uma criança,
Nesta senda eu prossigo então sorrindo.