UM MUSICAL DE SAUDADE
«Concerto de órgão em homenagem a Antoine Sibertin-Blanc,
no 5º ano do seu falecimento»
Aos teclados do sacro e majestoso órgão
Perpassou a saudade de Mestre Sibertin
Cuja memória esteve ali, qual querubim
Ressuscitado, nos quatro cantos do coração.
Um lustro já passou e o Mestre, tornado musa,
Naquelas mãos exímias se manifestou
Em nobre engenho e arte, qu´ a si se destinou,
Outro Antoine, o “expert” Duarte, d´alma lusa.
Musical de saudade, este «órgão» transmitiu
Scheidemann, Bruhns e Buxtehude, ali na Sé,
Até aos claros sons de Couperin e Langlais
E do divino Bach, em que a emoção floriu…
Nos ouvidos despertos, perspicazes e atentos,
Em maré ternurenta de larga resiliência,
Ficou assim bem sublimada a sua ausência
Em feliz homenagem de justos sentimentos.
P´ las altaneiras naves da velha Catedral
Ecoou, ao fim da tarde, a Música celestial!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA
Sé de Lisboa, 17 de Novembro de 2017,
Concerto pelo organista António Duarte