A VOZ DA POESIA

Não sei porque razão a nostalgia

Insiste em procurar a minha porta

Quando o sol os meus olhos alumia,

Despertando u’a lembrança quase morta.

Não sei porque razão uma alegria

Inda traz um sorriso à boca torta;

Quando vejo na manhã do novo dia

Um fio de esperança que conforta.

De repente minha alma fica pasma,

Quem bateu em minha porta — um fantasma

Ou o vento passageiro, sem resposta?...

Então ouço uma voz, em melodia,

A falar-me através do novo dia:

"Sou eu — a Poesia — Antonio Costta!"