ALABASTRINO

Meu olhar se estende ao infinito,
Alabastrino, se detém n' horizonte,

Entristecido, perde-se em desafeto,
Por saber não haver nada que o conforte.
 
O entardecer é triste se a esperança,
Para quem há muito não a tem - tal como eu -

E fica vendo a sombra descendo em dança,
Apoteótica, ondulando sob o céu...

Meu tempo s’esvai, claramente posso ver,
E ainda que a mortalha, enfim, se apronte,
Pretendo demonstrar sereno fronte...
 
Quisera ainda desfrutar deste prazer:
De sentir no peito o calor do teu abraço;
Dizer-te que é teu todo verso que traço!



©   Ana Flor do Lácio

 

 
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 11/11/2017
Reeditado em 11/11/2017
Código do texto: T6169138
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