PAPEL SEM COR

Tal aquela nuvem que pelo céu passa,

Em melancolia e sem nenhum rumor,

Assim vai a vida a perder a graça,

Enquanto os anos mostram seu torpor.

Lá se vai das coisas todo o esplendor;

O tempo se esvai tal como fumaça,

Deixando somente uma estilha escassa,

Como folhas mortas num jardim sem flor.

E no olhar perdido que um dia brilhou,

Surge uma sombra que ao dia plasmou

Em noites vazias, sem nenhum calor...

Até nossos sonhos tornaram-se breves;

As lembranças são uns rabiscos leves,

De um desenho fosco num papel sem cor...

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 09/11/2017
Reeditado em 09/11/2017
Código do texto: T6166783
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