Descorando

(Interação ao soneto INCOLOR, do Poeta

Carioca)

Quando a cor nos vai lentamente deixando

É tempo de ver o envelope de madeira,

De todos nós a vestimenta derradeira,

Que haveremos de vestir não sabemos quando.

Toda palidez é um cartão de visita,

Como fosse um lembrete que ELA nos manda,

A dizer que está perto a sua demanda,

Porque aqui a nossa existência é finita.

É tempo de se despedir de toda tralha

Tudo deixarás, não há bolso na mortalha

Nem há gavetas na madeira do ataúde.

Quem é velho vive no gume da navalha,

Apenas vive, come e dorme, não trabalha,

Sabe que tem pouco tempo, não se ilude.

Num caso sui generis de interação da interação recebi estes brilhantes versos do Poeta Carioca

REFLEXOS DA PASSAGEM

Nas ilusões da vida sempre em alta,

O semelhante abraça sem saber

O seu coveiro que bem faz caber

O humano ser à terra que não falta!

No cotidiano que se esvai vivido,

Nas máculas da vida na lembrança

Virá o lenitivo da esperança

Beijar o espírito no amor sentido!

E neste evento da passagem dita,

Aproveitará a todos na bendita

Caminhada dos planos singulares...

E quem vos fala é mais um de carne e osso,

Transeunte do tumulto e do alvoroço,

Breve filho das ruas tumulares!

Poeta Carioca

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 08/11/2017
Reeditado em 09/11/2017
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