Flor negra do mal
"Flor tão fraca e melindrosa"
Laurindo Rabelo
Fui um poeta sombrio à impureza do anelo,
Lá em perda da alegria e do amor que eu não sinto...
Ouve, em quem um furor também será sucinto,
Rês, morte e depressão, assim que o verso é belo.
Noite enluarada, em maus momentos do castelo;
Esse negror do mal monstruoso que eu pressinto...
Guardo a dor, como um tempo atento, suave e extinto,
Ruínas dos corações entre um choro singelo.
Antes que a flor noturna ainda me recantasse,
Dolente e perfumosa, enfim que eu a cantasse,
Onde a bestialidade adentra sem tremer.
Melindrosa, entre as vis plantas da atrocidade...
Atroz, sem ser perdida à maldita vaidade!
Languidez do meu peito ardente entre o prazer...
Lucas Munhoz
(07/11/2017)