MENOS QUE UM POR CENTO

A veces te cuento por qué este silencio

y es que a veces soy tuyo y a veces del viento

(Às vezes te conto o porquê deste silêncio

E é que às vezes sou seu e as vezes do vento)

*Alejandro Sanz, “Cuando nadie me ve”

Às vezes me perguntas o por quê do meu silêncio

E por que eu me calo, não esbravejo, arrebento

É por que me fecho em cismado pensamento

E as minhas dores jogo contra o vento

Pra que me voltem no mesmo momento

E me destrocem, me quebrem por dentro

Eu sei de minhas penas, das que aguento

E não quero macular seu precioso momento

Já tens teu quinhão, tua praga, teu tormento

Mas estas paredes entre as quais eu me sento

E choro, esbravejo e já não me sustento

São frias testemunhas, que assistem em silêncio

E não dispersam meus segredos ao vento

Cá eu sou torpe, humano, menos de um por cento.

*Soneto na estrutura, mas sem métrica. Não perca seu tempo contando sílabas poéticas, nem desperdice o meu me criticando, pois escrevo por inspiração e não por regras.