Um novo anoitecer
Num doce farfalhar de sombras
Em que sinto nos galhos secos
Dessa floresta morta onde estou,
Sinto renascer das cinzas tudo
O que é agora uma pálida lembrança,
Trazendo de volta tudo aquilo que
Esqueci que um dia admirei na vida
Nesse novo anoitecer que também
Traz em seus suspiros toda aquela
Vontade e o prazer de viver e amar
Que em meu âmago ocultos jaziam,
Adormecidos, sufocados por tantas
Agonias que se tornam ruínas com
Essa primavera noturna que agora floresce.