...às profundas da Tumba

A alma livremente encarcerada comunica-se com os doidos e os poetas

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Murilo Mendes - - - ##

Oh! Vinde inóspita alma humana!

Em desvario por desertos, tumbas e ilhas.

A mil por hora, quanta maravilha...

Trem-bala em terra rara da era romana?

Éramos todos míseros romeiros...

Na romaria dos homens chagados.

Ali, verbos ruminados ao cantar do gado

Gado às rimas, sem régua nem roteiro.

Ó doce fel à festa d’amarga vida!

Vaga-se na van com Van Gogh à maresia...

Livre de vírus, de orelha e da lira lida.

Gira sol tóxico, lírio roxo, um só lamento...

Em versos libres de sapólio na lavanderia.

Por pouco: tumba às ruínas no fundamento!

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Vamos lá gran Carioca! Que seja pelas esquinas ou pelos bosques nessa doce loucura poética em busca do bom senso da "humanitas" Valeu irmão... grato pela força!

- - - - - - - - - - - - Eis que, em meio ao furacão que agarra, com muita garra, passo sobrevoando o seu paço para deixar-te, meu amigo do peito de aço, estes versos:

*** HUMANITAS ***

Quando penso que, enfim, chegou meu fim

Certamente me engano pelo tempo,

Quando vem mais um vento em contratempo

A empurrar-me nos vácuos dos confins!

Mas, reiteradamente, no reflexo

Encontro o vento pela folha morta,

Que ao cair, tão destemida, decai torta,

Na forma esdrúxula e também sem nexo!

A semelhança que advém da loucura

Faz do poeta um artista que se cura

Vagando nas esquinas e nos bosques...

Pela enorme teoria que me aplaca,

Expulsa-se o anjo negro que me ataca

Quando fitava o mar de um velho quiosque!

- - - - - - - - - - - - Forte abraço, amiga Águia Nordestina! Valeu! POETA CARIOCA ### 04/11/2017 ###

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A romaria há de continuar meu caro FCunha, mesmo que seja longe a tumba para os poetas peregrinos arrimos de orelha. Rsrs... Grato pela presença, o palco é todo seu mestre sonetista!

=== MÍSEROS ROMEIROS ===

"Somos ainda míseros romeiros,"

A caminhar na vida cabisbaixos,

Na romaria dos homens capachos,

Até a tumba como viandeiros.

Nas almas ou espíritos verdadeiros,

Que brincam de fluir do alto a baixo,

Ante o furor da terra me abaixo,

Qual peregrino, serei dos primeiros.

A maresia distribui o fog,

Frente a pintura louca de Van-Gogh,

Onde o poeta louco se espelha.

Lavando o rosto, em lágrimas se cobre,

Por sob um sol de raios cor de cobre,

Vírus tóxico lhe come a orelha.

- - - - - - - - - - - - Gilberto Oliveira. Fernando Cunha Lima, para aplaudi-lo mais uma vez, Águia Nordestina ### 04-11-2017 ##

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Vamo que vamo gran FCunha! Tem mui bicho ruminando além do gado-bípede, compreendes? Rsrss... Valeu usineiro!

=== NO RÚMEN SECO DA HUMANIDADE ===

O tempo passa enquanto o gado muge,

Na vida seca do capim sem vida,

A caminhada dá-se por perdida,

Enquanto a humanidade passa rouge.

No tempo o trovão depressa ruge,

A peregrinação segue sentida,

Pisando uma terra ressequida,

Antes que a sandália enferruje.

No pasto seco, a fome da manada,

Rangendo os dentes sem receber nada,

Caminham juntos pra não ficar só.

E na ruminação seca da língua,

O gado segue a morrer á míngua,

O que rumina é lama, pedra e pó.

- - - - - - - - - - - - Pegando carona nos versos do grande mestre Gilberto Oliveira. Fernando Cunha Lima ### 05-11-17 ###

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Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 04/11/2017
Reeditado em 06/11/2017
Código do texto: T6161670
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