Soneto de partida
Se eu morrer me vista de seda;
Mas fale bem pouco de mim;
Sorte tê-la visto antes do fim,
que isto da tua boca não proceda.
Que teu pranto orne minha cabeça,
Mas que teu choro, meu amor
eu não ouça para que não sinta dor,
e desperte em mim, em nós, a crença.
Quero que segure forte a minha mão,
como se não quisesse deixar-me ir; não
por mim, mas para acalento do coração.
Se eu morrer, que não morra comigo.
Apenas durmo... tu não verás túmulo!
Guarde as flores para quem estará contigo...
Jack Sousa