Soneto de partida

Se eu morrer me vista de seda;

Mas fale bem pouco de mim;

Sorte tê-la visto antes do fim,

que isto da tua boca não proceda.

Que teu pranto orne minha cabeça,

Mas que teu choro, meu amor

eu não ouça para que não sinta dor,

e desperte em mim, em nós, a crença.

Quero que segure forte a minha mão,

como se não quisesse deixar-me ir; não

por mim, mas para acalento do coração.

Se eu morrer, que não morra comigo.

Apenas durmo... tu não verás túmulo!

Guarde as flores para quem estará contigo...

Jack Sousa

Pela fresta
Enviado por Pela fresta em 03/11/2017
Reeditado em 03/11/2017
Código do texto: T6160865
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