Insuportável sociedade
(Interação ao poema COCEIRA, do Poeta
Carioca)
Um ser que habita poros e folículos,
Vai nos desnudando da pele morta,
Que cobre tronco, cabeça, testículos,
E faz do nosso corpo a sua horta.
Em nossa companhia o dia inteiro
Tem casa e comida em quantidade,
Somos sócios, comensal / hospedeiro,
Em uma insuportável sociedade,
Que nem após a morte se desfaz.
Se o teu corpo em pó se transformar
Ainda assim incômodos nos traz.
Todo o mal prefere a escuridão,
Ali também tu preferes estar
E se esbaldar em proliferação.