A MESMA LUA CAMAFEU...
Insiste essa penumbra a esconder teu rosto,
Na saudade eu sinto o gosto dos beijos teus.
Em cenas, fleshs do teu tão inquieto corpo,
Nas quais admirei teu dorso, lindo camafeu.
Das noites profanas, luar a ocupar seu posto,
Eu no lado oposto ouvindo o que se prometeu,
Palavras sussurradas, querendo ter um escopo,
De quem, no delírio, sem entender se perdeu.
Perdi a sensibilidade de aceitar os belos dias,
Sol, calor, brisa, dentre outras reles agonias.
Hoje, na noite, minha essência a se confundir.
Existo agora nesse lúgubre e noturno mundo tosco,
De neons e de criaturas com seus venenos mostos,
Com a lua em seu eterno posto, e eu a sucumbir.