ESTE MAR QUE NAVEGO NÃO É MEU.
Este mar que navego não é meu vai me afogar
Também não curto tormentas que dele afloram
Lindas praias enfeitam suas exorbitantes orlas
E as ondas nas pedras arrebentam a toda hora.
Também junto delas espedaça meu ânimo e brio,
Por sentir-me deste mundo só, mas um inquilino,
Mais um marinheiro já destronado do seu navio,
Uma donzela que não usufrui do seu pleno cio.
Agiganto-me em forças mas os fartos pesadelos,
Me levam as trilhas contando dolosas regressões
Consciência rogada calcifica-se mero estradeiro.
O caule espinhoso não obstante também flora,
Ha um perfume para muito alem da rosa púrpura,
Os aromas benévolos diminuem a minha culpa.
PUBLICADO NO FACE EM, 29/10/2012