LAPIDAÇÃO OU ADULTERAÇÃO DA ARTE
Nenhuma arte é tão perfeita que se estima
Ser veredicto intencional de qualquer senso
No que concerne ao equilíbrio e ao consenso
Que faça qu´ uma obra seja uma obra-prima.
Entre o criador e a obra há um elo qu´ aproxima
O ajustamento das emoções, em contra-senso,
Daquele fiel que s´ harmoniza e qu´ é propenso
A um perfeito entendimento e melhor clima.
Nada vale, mesmo por instinto, a adulteração
Do sentido a que o criador possa remeter,
Pois quem sustem a imagem é quem está a ver
No pressuposto inato da sua imaginação…
E muito menos se propõe o proceder
Àquela ideia original de “lapidação”
De que o artista cria as obras como são
A partir da alma estrutural que devem ter.
Há que partir da quantidade para a qualidade
Ou simplesmente deixar que o tempo satisfaça
Permitindo que a obra ganhe espaço e graça
E ao mesmo tempo nunca perca a liberdade!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA