...sem mais Calendas
O vento é sempre um ser que nos entreabre as asas; vai-te verbo ancestral em vento ser um doce verso alado
--------------------------------------------------- Jorge de Lima ------------#
Oh, de milênio a milênio um só sol
Oxalá! Sol de outrora em outubro...
E outros bichos verdes, tão rubros
Na carruagem às ruínas em arrebol.
Diga-se: há calendário mui caduco
Daí, calendas gregas ao cata-vento...
Calígula sobre os lajedos no convento
Cravando na cuca cousa qu'era do cuco.
Ora! Caducas tu-Eu-ele e o poetastro
Aos enigmas da nuvem passageira...
Toda saltitante tal um insigne astro.
Lógico, bússola e balsa na bagaceira
Resto de galeras às lascas sem lastro...
Ó rastros nas nuvens d’ave matreira!
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Grande Fcunha! Entre lendas e calendas algum QUIPROQUÓ deve acontecer às beiras da nuvem passageira. Rsrs... O palco é todo seu nobre amigo, abraços!
=== QUIPROQUÓ ===
Sem dias certos, ditados por calendas,
Dos tempos dos algures ressequidos,
Lançados nos espaços já havidos;
Descobertos estes dias são as prendas.
Na mistura das sedas e das sendas,
Um quiproquó de fatos travestidos,
Estes mistérios pouco conseguidos,
Emaranhados de panos e rendas.
É tudo dito e não, na mesma hora,
No voo verdejante que aqui chora,
No rastro das galeras sem ter lastro.
Correm no céu as nuvens passageiras,
Enquanto a balsa pela bagaceira,
Projeta, viandeiro sem ter mastro.
- - - - - - - - - - - - Ao grande mestre Gilberto Oliviera, perseguindo o mais novo voo do seu verso. Fernando Cunha Lima 28-10-17.
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Ô Fera fora do comum meu caro Fernando! Meu amigo tenho certeza que qualquer dia as ações da vossa Usina Poética estarão em alta na BV, rsrs... Convenhamos, ninguém merece escutar uma Anta vendendo vento empacotado.
=== BOLSAS DE VENTOS ===
Jogar nas bolsas os ventos mais soltos,
Coisa de poucos, loucos, sem juízo,
Que jamais quis pensar no prejuízo,
Que nos levaram a mares revoltos,
Nesta enrolada nós fomos envoltos,
Sem sequer, nos foi dado um aviso,
Outrossim prometeram um paraíso,
Deixando o nosso povo meio volto.
Esta maluca cientista social,
Ao prender ventos nos fez tanto mal,
Nos enrolando em todos os momentos.
Hoje, porém, com sua alquimia,
Com nada a fazer no dia a dia,
Que passe a soltar seus próprios ventos.
- - - - - - - - - - - - Inspirado nos comentários do mestre alado Gilberto Oliveira. SERÁ? Fernando Cunha Lima. 28-10-17.
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Sem mais delongas vamos lá irmão! Vosmecê já viu que a usina do FCunha é 24 horas por dia, enquanto isso vamos juntando os pedaços da velha bússola em busca dalgum norte. Valeu Fhera!
. . . . . . . . . . . . . . Passando aqui, de asa-delta, e do alto, mui respeitosamente, para acompanhar o Fera Cunha brilhando no seu painel literário brilhante, e dissemino estes catorze versos:
*** RESTO E INSUMO ***
Na liturgia para-raios tremem
Como bambus à margem do cimento,
Caem do céu anjos desde o nascimento,
Correm no vento as vozes dos que gemem!
Crescente a ventania de parlendas,
Fanaram-se vitórias da beleza
Que vinha ao tempo rude, com certeza,
Desde a época vindoura de calendas!
Mas o poeta, que dentro do espetáculo
Assiste, lança os versos que consiste
Para dizer ao que de fora assiste...
... E quem assiste, no olhar receptáculo,
Produz a bússola sem lastro e rumo
Legando ao tempo feito resto e insumo!
- - - - - - - - - - - - - Isto posto, meu grande amigo, despeço-me e sigo, avante... Forte abraço!!! POETA CARIOCA ### 28-10-2017 ###
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Verdade absoluta nobre amigo FCunha! És o verso o maior insumo da poesia, enquanto voa o poeta às asas da imaginação. Sempre minha gratidão por vossa força no meu penhasco, abraços fera!
=== RESTOS DA MATÉRIA-PRIMA ===
O verso é, nosso maior insumo,
Enquanto esse poeta é o resto,
Pensando assim, será que já não presto,
Da poesia sou apenas sumo.
Se for assim eu pego o beco e sumo,
Não quero ser um vate desonesto,
No mais, talvez, um bardo imodesto,
De fato, eis aqui o meu resumo.
Este meu verso, foi para testar,
Um modo certo de saber versar,
De um poeta que a verve convoca.
Traz a verdade em todas suas obras,
Mistura insumo e restos com as sobras,
Claro que é Poeta carioca.
- - - - - - - - - - - - - Cada soneto tem métrica e rima... e sua ideia é matéria-prima. Usando insumos próprios do amigo e Mestre Poeta Carioca. Fernando Cunha Lima === 28-10-2017 ===
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Ô Lydiene! Tenho que destacar vossa cutucada filosófica, pois sabemos mui bem que cada um busca uma bússola que lhe oriente o norte certo neste universo com tantas naus à deriva. Sempre minha gratidão por vossa força no meu paço, abraços!
*** CACOS DA BÚSSOLA ***
Parece que estamos a procurar
os cacos da bússola...
que se perdeu nas brumas,
e este tempo perdido faz falta lá adiante.
Já vai longe os dias que ainda
vivemos sem trégua onde...
os indoutos que se dizem doutos
a comandar a carruagem, infelizmente!
Como seria bom se o calendário apenas
mostrasse dias felizes e não ficasse registrados
os dias de negrumes em que vivemos.
Mas, ainda tenho esperança...
pois sapos e rãs pularão do rio
quando o lodo for devastado.
- - - - - - - - - - - - - Sua página é fascinante, suas letras mostram pura sabedoria e eu só tenho aplausos e aplausos. Amei! Carinhosamente beijos mil-Ly. ### 29.10.2017 ###
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É um prazer caro amigo José Rodrigues recebê-lo no meu penhasco. Fique à vontade para o vosso voo livre, deixemos tudo às asas da imaginação. Grato pela força nobre poeta!
Zéfiros transportam, "doudamente",
nuvens, por vezes, passageiras...
Incitatus produz nuvens de poeiras
de cores variadas e bem matreiras.
O astro-rei sapecando cucas e cucos...
as galeras nos mares avariadas...
Calendas com datas improvisadas;
estaremos, pois, todos malucos?
É provável que doudos estejamos
ao sabor da estrela calcinada
fado pesado que não desejamos.
Asas-deltas, nos céus esquecidas,
bamboleiam ao sabor de rajadas
de bons ventos ou de balas-perdidas.
- - - - - - - - - - - - - Congratulações pela beleza e profundidade de sua obra poética. Um soneto impecável. Abraços. José Rodrigues 01/11/2017
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