AO VERDE FLAMBÊ
Sou qual a algazarra das aves do céu!
No cenário da terra já reidratada
Sou chuva que desce seu manto em véu
Milagre à mata já ressuscitada!
Já fui passarinho a piar assustado
No todo flambado dum insano verão
Que do passaredo voou desgarrado
Sem teto, em busca dum eco de chão.
Voei sobre a mata em vão pensamento
Ao todo tormento dum verde a queimar...
Mas vi o riacho estancar seu lamento
Quando a cachoeira voltou a brotar.
Aqui sou um canto em eco suado
Ao verde flambê versejo meu respirar.