Escrevendo
Eu escrevo tudo o que minha garganta encarcera,
Só no papel sou completamente eu e sincera.
Aqui, deixo a verdade escrita enrolada numa garrafa
e a jogo no mar, sem esperanças que chegue na outra beirada.
O papel me dá direito que foi por todos os outros homens perdido,
o direito de amar e odiar com fervor, de falar sozinha comigo.
Aqui, sou de qualquer corpo, sou todos os corpos,
crio mundos e falo todas as línguas. Nada é meu, tudo é nosso.
O papel é o melhor lugar pra se viver.
Sendo branco, me permite inventar mais cores no mundo,
Sendo vazio, me permite os sons escrever,
Sendo nada, me permite ser tudo.