Soneto do último anelo
Hoje não tem cor de nada a noite.
Eu que nem sei distinguir meus dias
cinzas, quero tuas duas vidas...
Digo, teus olhos por todo o pernoite.
Feito andorinha, de manhã, do teu lado
repousei... eu de cansada, dormi.
Interroguei-te: deixe-me fazer ninho aqui?
Teu silêncio foi como ter meu revoar adiado...
Eu sorri, cantei...sim, porque está em mim...
Mas por ti, encarcerada minha felicidade.
Querido, meu sopro de vida já no fim!
Mas não quero teu amor a duras penas.
Só lembres de mim, não com remorso, e sim,
certo de que por um voo fostes minhas asas.
Jack Sousa