Veneno que dá vida

Com a mesma palidez de uma misteriosa gueixa

desperto a cada dia com o silêncio aguando no mar,

descrevendo a ferida de um amor que nunca se fecha

eu apenas serei infinito, enquanto viver para te amar

Afora o martírio da louca ninfa encarcerada

na minha mente insana de verdugo vago,

meu jugo fende sua terra, tal adaga enferrujada,

e assim aspiro essa paixão, fumaça a qual eu trago.

E deste modo, agradavelmente eu morro sufocado

e no peito uma batida rouca, apenas geme, suplica

a réplica que não fica, mas continua pulsando ao lado.

E no canto da boca escarlate teu veneno escorrendo

é minha fonte de vida, meu néctar de puro pecado

que me mata de amor, só para eu continuar vivendo.

(www.flaviocbarreto.blogspot.com)

Flavio Chame Barreto
Enviado por Flavio Chame Barreto em 21/10/2017
Código do texto: T6149303
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