Ventana
"Quantos poemas te hei de levar para
O glacial esquife em que Afrodite,
Cega pelo que vê, impede que eu fite
Os olhos que me não teriam cara
Para rir-se a tal brasa ou fogo-fátuo
Que a deusa pôs qual Nero ensandecido?
Ridente Hefestos co'Ares de Hades, mato-o!
Por vaidade ao Sol? Não, o dedo em riste
De Shiva em cada uma das mãos frias
Que às flamas cingem mil noites e dias!
Que me espere Narciso - Este Eros triste!"
Mas bate um cisco, e tudo se vê limpo:
Cavalheiros gentis, que não têm sido
Gentis ou cavalheiros, mas do Olimpo.
a 12/04/06