Meus barcos de papel
Lá se vão os meus sonhos dourados;
Nas sarjetas da vida fugaz.
Meus barquinhos tão bem enjambrados,
Que a enxurrada do tempo desfaz.
Lá se vão ideais consagrados,
Só deixando o silêncio e a paz.
Bem na frente os momentos guardados,
Com a esperança ficando pra traz.
Que chuvinha mais besta meu Deus,
Vai lavando e levando a existência,
Sem nos dar um aceno, um adeus...
Tudo passa, sem pena ou clemência...
Só restando, dos sonhos tão meus:
Um lamento, uma dor, uma ausência...