Ao meu pai, Amaro Dias
Esse velho poeta de boné
Com oitenta e três anos de idade
Cantador desde a tenra mocidade
Homem forte, de fibra, amor e fé
Sua boa memória lembra até
Das cantigas mais longas com saudade
Se eu chegar como ele a essa idade
Quero ser o exemplo que ele é
Se o destino cobrar que eu seja alguém
Quero ser um poeta assim também
Mas um velho tão bom assim é raro
Mas, se alguém eu tiver que parecer
E tiver o direito de escolher
Quero me parecer com Seu Amaro!