A CONVIDADA
É noite, é tudo noite e é tudo o susto
De sombra que murmura de repente,
Corrupta e emaranhada forma, a custo
Humana, à margem duma dor recente.
A vida muge e sofre, em sonho justo
Em quartos de cansaço recorrente —
Algum suplício em leito de Procusto
— é noite e dura a sombra, displicente.
A quem por queixa o ressentido tino
Desfralde, a sombra, toda reverências,
Parece o clown do tipo mais cretino.
Estranho, em todo caso, a convidada
Da insônia, aparentada das demências
Preenchendo as almas frágeis com seu nada.
.
É noite, é tudo noite e é tudo o susto
De sombra que murmura de repente,
Corrupta e emaranhada forma, a custo
Humana, à margem duma dor recente.
A vida muge e sofre, em sonho justo
Em quartos de cansaço recorrente —
Algum suplício em leito de Procusto
— é noite e dura a sombra, displicente.
A quem por queixa o ressentido tino
Desfralde, a sombra, toda reverências,
Parece o clown do tipo mais cretino.
Estranho, em todo caso, a convidada
Da insônia, aparentada das demências
Preenchendo as almas frágeis com seu nada.
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