A CONVIDADA



É noite, é tudo noite e é tudo o susto
De sombra que murmura de repente,
Corrupta e emaranhada forma, a custo
Humana, à margem duma dor recente.

A vida muge e sofre, em sonho justo
Em quartos de cansaço recorrente —
Algum suplício em leito de Procusto
— é noite e dura a sombra, displicente.

A quem por queixa o ressentido tino
Desfralde, a sombra, toda reverências,
Parece o clown do tipo mais cretino.

Estranho, em todo caso, a convidada
Da insônia, aparentada das demências
Preenchendo as almas frágeis com seu nada.

.
Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 14/10/2017
Código do texto: T6142547
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.