Sede de Viver
O sol resseca a terra esbranquiçada
Onde carcaças mostram o caminho
Da jornada diária dos bovinos
Na busca pela preciosa água.
A secura dá-lhes uma laçada
Na resistência do corpo faminto
Quando, da vida no sertão partindo,
Solta sua última baforada.
Uma nuvem no céu aparece solta,
Mas passa veloz como um avião.
Ela alegraria aquela lavoura.
Por dentro das rachaduras do chão
Ainda há esperança por uma gota.
Sabem que essa espera não será em vão.