Soneto desleixado

Eu até que tento, mas meu verso é imaturo

e nem no escuro o seu canto me apraz

nem vem, nem traz, é um tanto inseguro

meu lento trem é disperso, é demais

Aliás, diz que vem, que me traz seu manto

crê no entanto no que extrai do inverso

não vê entretanto, que meu ai é canto

de paz, que contém bem mais que confesso.

Meu processo é na pena e no papel

sou fiel quando me acena a rima

vou sem gesso pondo o verso por cima

deu o clima eu abro o beiço pro mel

Deixo ao léo o que foge da mente

e vou somente ao sabor do desleixo.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 13/10/2017
Reeditado em 13/10/2017
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