Rabisca os papéis

Escreve-me! Ainda que seja só

um verso apenas! Um soneto, ousa!

Minh’alma há tanto pede qualquer cousa

que desate do meu peito esse nó.

Escreve-me! Eu te peço, sim, tem dó

deste esteta que voa e não pousa

a procurar teu fogo, tua brasa

pra ver acesa tuas letras ao derredor.

E tudo que disserem tuas palavras,

servirão para abrirem minhas aldravas

que acordarão meus sonhos de ilusões.

Escreva-me, gasta papel aos montões

conta teus casos que me negaste tanto;

Com os papéis eu irei enxugar meu pranto.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 12/10/2017
Reeditado em 12/10/2017
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