Rabisca os papéis
Escreve-me! Ainda que seja só
um verso apenas! Um soneto, ousa!
Minh’alma há tanto pede qualquer cousa
que desate do meu peito esse nó.
Escreve-me! Eu te peço, sim, tem dó
deste esteta que voa e não pousa
a procurar teu fogo, tua brasa
pra ver acesa tuas letras ao derredor.
E tudo que disserem tuas palavras,
servirão para abrirem minhas aldravas
que acordarão meus sonhos de ilusões.
Escreva-me, gasta papel aos montões
conta teus casos que me negaste tanto;
Com os papéis eu irei enxugar meu pranto.
Josérobertopalácio