Imagem do Google




CRIANÇA AINDA [763]
 


Sob as insígnias tenras da esperança,
em minhas verdes, áureas primaveras,
eu já vendi, enfim, comprei quimeras,
nas doces, belas fases de criança.
 

Quase feliz eu fui, mas fui deveras,
e meu viver, naquela quadra mansa,
era um alado embalo de uma dança,
e eu sequer me enfarava das esperas.
 

Ser homem grande, isto me atraía,
porém jamais, jamais o grande homem,
que presunções em mim eu nunca lia.
 

E, temporão, vovô dos circunspetos,
tantos mil sonhos, tantos que me somem,
criança ainda sou, lá nos meus netos.
 

Fort., 12/10/2017.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 12/10/2017
Código do texto: T6140320
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.