ÚLTIMO SUSPIRO
Na fração de tempo na qual contemplo
vida minha passando na retina,
é breve para as dúvidas... tormento!
O quê, enfim, será quando termina?
Profundo vazio no nada eterno,
onde alegria e tristeza são iguais?
O lúgubre lugar que é sempre inverno,
que ao Sol, à brisa, à Lua não apraz?
Tolo, perdi-me d’alma na matéria.
Louvei no altar de crenças deletérias.
Ao deus dinheiro ergui minha oração!
No átimo de tempo que me resta,
tomo da lucidez que a morte empresta,
suspiro qual pedindo por perdão!
*Em interação ao soneto “Oração a olhos dilatados”, de Poeta Carioca.