FESTINS
A parca luz presente nos jardins
permite que perceba seus livores:
hortênsias, margaridas e jasmins
surradas pelo ocaso dos amores.
Em alucinações soam clarins
anunciando o fim das doces flores.
Motejam os algozes em festins
regados pela chuva de plangores.
Golpeiam-me afiados pedregais
abrindo muitas fendas doloridas
nos pés que as aflições não querem mais.
Latejam sem parar minhas feridas
porque já se aproximam os umbrais
das celas, lares d'almas iludidas.