Da Caveira
Retirando-se a cobertura carnosa
Todo esqueleto tem aparência igual,
A caveira por si mesma é pavorosa
Pelo temor de que nos possa fazer mal.
Da triste balela não se sabe a origem,
De certo nasceu da humana ignorância,
Em negras cavernas cobertas de fuligem,
Dos neandertais, com a nossa concordância.
É que esse medo é assaz contagioso,
Já disseminado por toda humanidade,
Oculta a verdade e nos amedronta.
Não temam, senhores, aquele que morreu.
Bem longe está, de seus erros prestando conta
A Quem a curta existência lhe concedeu.